terça-feira, 9 de junho de 2009

Perdido...


Caminhos fechados
Olhos alagados
Mente doente 
Sonhos calados...
Ao vento, as lágrimas
Ao tempo, o vazio
Ao ser, carência

O escuro... Sozinho...

Cá estou...
Onde estou?
Aonde vou?
Não sei...
Não sei...

Não sei se vou...





_ Monique Gley Silva_

quarta-feira, 27 de maio de 2009


Eles ainda questionam...
ainda opinam... ainda ferem...
sem dúvida, ainda buscam o meu 'AI'
clamam para que minha cabeça se curve
às suas malditas interrogações...

Ainda deduzem (e esperam) o meu fracasso
torcem pra que este ocorra.
Seus olhos ainda fitam-me
e o veneno escorre pelos lábios insanos...
Posso vê-lo...

Justo aqueles em quem eu acreditava....

E mais uma vez a vida prova o quão vão é confiar em homens!

O tic tac do relógio não será capaz de mudar esse martírio
Outros virão... Novos rostos.... faces...
MESMAS AÇÕES!!!

Mas ainda estarei de pé


_Monique Gley Silva_

terça-feira, 21 de abril de 2009

Seu jeitinho...


Aquele jeito ...
Suave
Dengoso
Macio
Aquele cheiro...
De encanto
Infante
Ardio
Aquele ar...
Tão certo
Enevoo
Ilustre
Aquele toque...
Sereno
De eterno
Rebusque
Aquele adeus...
Aquele fim...
Morreu o nós
Veio-me atros
Ficou em mim!


_Monique Gley Silva_

POR QUEs...


Talvez um dia eu olhe para tráz
E consiga encontrar o bonus de tudo isso
E entenda as lágrimas,
Dê valor as escolhas,
As incertezas,
Ao olhar perdido...

Por que?
Por que tem que passar?
Por que eles não ficaram?
Aqueles momentos...
Os lindos momentos da vida humana

Por que o beijo terminou...?

O olhar se apagou...?
Por que?


Óh ilusão que tanto engana...
Mataste a vida com seu jeito
E o meu destino fez estreito
Já não posso andar assim;
As pernas perdem o controle
Eis que chega... Me envolve
o fim.

_Monique Gley Silva_

Morte/Solidão


Está passando ...
E ela vem
Sem licensa
Sem permisão
Com certeza
Sem perdão;
Não há chances
Nem escolhas
Leva a todos
Leva tudo!
As memórias
Esperanças
Sonhos
Amores
Desejos
Alegrias
Tristezas
A voz
A declaração
Empalideço
E me esqueço
Morte/Solidão...

_Monique Gley Silva_

segunda-feira, 20 de abril de 2009

...inalcansável.



Se eu pudesse...
Um toque
Um Beijo
Outro TE AMO...
Um suspiro
Um arrepio
Outro olhar...
Aquela pele
Aquele gosto
Aquele amor...
Minha estrela
Meu sonho vivo
O meu ar...

Se eu pudesse...
Como eu queria...
Se...


_Monique Gley Silva_

Mais uma vez..


O tempo esvai por minhas mãos feridas
Traz-me lembranças quase esquecidas
Multiplicando minhas dores... (corrói...)

E devagar
O mundo gira
O céu tonteia
Tua voz vagueia
O peito dói
O amor ressurge
A alma ilude
Derriba (Quão rude!)
O que a razão constrói
A voz se cala
Ninguém mais fala...
Corre nas veias
Veneno insano;
Engulo a seco
Sim, tenho medo!
Não posso mais dizer
Que o amo...


_Monique Gley Silva_

Soneto 11




Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?


Luís de Camões

Ai de quem ama



Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida
Amar é triste
O que é que existe?
O amor
Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus

Vinícius de Moraes

Se o Amor Quiser Voltar



Se o amor quiser voltar
Que terei pra lhe contar
A tristeza das noites perdidas
Do tempo vivido em silêncio
Qualquer olhar lhe vai dizer
Que o adeus me faz morrer
E eu morri tantas vezes na vida
Mas se ele insistir
Mas se ele voltar
Aqui estou sempre a esperar...


Vinicius de Moraes

sábado, 18 de abril de 2009

Onde?


Eu não me lembro mais
Como era seu olhar, seu cheiro, seu toque
Como era a sensação de dizer o teu nome
Não me lembro do seu beijo
Da sua voz, seu calor...
Como era o desejo... O suor pelo amor.

Diga-me só esta vez como era a saudade
Que surgia em segundos quando apenas metros
Separava-me de seus braços...
Diga-me como era sonhar com tua presença
Mesmo vendo em teus olhos que não era eu o teu amor...

Antes sofria eu do desprezo
Hoje, do esquecimento daquele furacão
Do coração vazio...
Do maldito frio...
Da ridícula razão...
_Monique Gley Silva_

Epitáfio


Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Meu Nobre Soldado


Eu sei que existe alguém,
Sim eu posso ouvir...
Ele chama-me pelo nome,
Ele está em mim.
O vento lembra-me seu toque
Que confunde minha mente sã,
Já não sei se eu mesmo existo, se ele existe,
Se isso é vão...
Queria que ele ouvisse
O clamor que em meu peito mora
Que se expande sem impedimento
Como faz deslumbrante aurora
Não sei de onde vem tal delírio,
Essa voz, esse beijo, esse amor,
Das estrelas, talvez. Alucino
Na imagem bem vaga... Óh dor!
Minhas entranhas pedem trégua,
Deixai-me senti-lo mais
Eu não sei o que é, não sei onde está,
Se me sente o que faz...
Sei que ele é meu,
de uma forma estranha sempre o terei
Na lembrança vazia
De um sonho que um dia sonhei...


_Monique Gley Silva_

Traze-me


Traze-me um pouco das sombras serenas 
que as nuvens transportam por cima do dia! 
Um pouco de sombra, apenas, 
- vê que nem te peço alegria. 
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração! 
A alvura, apenas, dos ares: 
- vê que nem te peço ilusão. 
Traze-me um pouco da tua lembrança, 
aroma perdido, saudade da flor! 
-Vê que nem te digo - esperança! 
-Vê que nem sequer sonho - amor!


Cecília Meireles

A Luz Que Acende O Olhar


A luz que acende o olhar
Vem das estrelas no meu coração,
Vem de uma força que me fez assim,
Vem das palavras,
lembranças e flores regadas em mim.
O tempo pode mudar,
A chuva lava o que já passou,
Resta somente o que eu já vivi,
Resta somente o que ainda sou.
A luz que acende o olhar
Vem pelos cantos da imaginação,
Vem por caminhos que eu nunca passei
Como se a vida soubesse de sonhos que eu nunca sonhei.


Vem do infinito, da estrela cadente,
Do espelho da alma,
Dos filhos da gente,
De algum lugar
Só pra iluminar.
A força vem de onde eu venho,
De tudo que acende e a vida calada
Me olha, e entende o que eu sou,
Tudo o que é maior
Vem do amor, vem do amor.


A luz que acende o olhar
Vem dos romances que viram poesia,
Vem quando quer, se quiser, se vier,
Vem pra acender e mostrar o amor que a gente não via.


Vem como um passe de pura magia,
Como se eu visse e jurasse que há tempo já te conhecia.
Vem do infinito, da estrela cadente,
do espelho da alma,
Dos filhos da gente,
de algum lugar só pra iluminar.


A força vem de onde eu venho,
De tudo que acende e a vida calada,
Me olha e entende o que eu sou,
Tudo que é maior,
vem da luz que acende o olhar,

Vem das histórias que me adormeciam,
Vem do que a gente não consegue ver,
Vem e me acalma, me traz e me leva pra perto de você...
E me leva, mais pra perto de você.


Déborah Blando

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Presença


É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
a folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

Mario Quintana

Viver


Quem nunca quis morrer

Não sabe o que é viver

Não sabe que viver é abrir uma janela

E pássaros pássaros sairão por ela

E hipocampos fosforescentes

Medusas translúcidas

Radiadas

Estrelas-do-mar...

Ah,Viver é sair de repente

Do fundo do mar

E voar...

e voar...

cada vez para mais alto

Como depois de se morrer!



Mário Quintana

Adeus, Meus Sonhos!


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!

Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia

Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! Votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto,

E minh'alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?

Morra comigo

A estrela de meus cândidos amores,

Já não vejo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!



Álvares de Azevedo

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Se Eu Morresse Amanhã



Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã,
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda ti natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Alvares Azevedo

Motivo


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada

Cecília Meireles

Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
Cora Carolina

Amor Vagabundo


Uma vez caminhei nas pétalas de rosas
Quando te jurei o meu amor
São lembranças e canções maravilhosas
De um tempo que já passou

Uma vez pisei nas nuvens do céu infinito
Quando eu te beijava a boca
São poemas e caricias de um passado bonito
Que ainda me machuca e me toca

Ai, quantos infinitos desejos
De receber muitos beijos
De amores estranhos
Assim vou vivendo pelo que preciso
E me libertando do feitiço
De teus olhos castanhos

Ai, quanta vontade de gritar
E viver alem de chorar
Por um amor que perdi
Assim vou curando meu coração
Substituindo a velha paixão
Que não foi pra mim

Um vez caminhei nos verões deste mundo
Quando eu a amava mais do que tudo
São lugares e danças de um amor vagabundo
Que deixou meu peito mudo

Luiz Islo Nantes Teixeira/Carolina Teixeira

O Caminho da Vida


O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.



Charles Chaplin

Poema da Noite




Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguem especial... (e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas tambem já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...

Charles Chaplin

...



Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz


Charles Chaplin

Meio Homem



Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.


Rogério Simões

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ao longe, ao luar

Ao longe, ao luar,
No rio uma vela,
Serena a passar,
Que é que me revela ?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça ?
Que amor não se explica ?
É a vela que passa
Na noite que fica.


Fernando Pessoa

Versos Íntimos



Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo.Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!